domingo, 5 de agosto de 2007

em Goiânia (com vista aérea na foto)


As malas já estão desfeitas, os livros na estante, a TV e o som religados e a roupa na máquina de lavar. Ainda estou sem internet e telefone em casa, mas coloquei os móveis da sala em sua posição original e vários objetos de uso pessoal que estiveram guardados em armários por mais de um ano voltaram a respirar ar puro outra vez. A sensação de estar em casa depois de tanto tempo longe é maravilhosa. Revejo coisas que nem mais lembrava que um dia haviam sido minhas e gosto muito da idéia de que toda uma vida aos poucos renasce, embora nunca tenha estado morta, mas talvez apenas adormecida. Acho que essa é uma imagem boa do que sinto nesses dias. É como se houvera dormido aqui por um ano e vivido uma vida paralela em Madrid, como em sonho, todo este tempo. Acho que parece meio confuso, mas é assim mesmo que me sinto. Voltando de uma sonoterapia, como se costumava fazer décadas atrás, quando se estava agitado ou estressado em algum momento da vida. No meu novo mundo real, hoje pela manhã, assisti ao primeiro episódio da série Heroes, cuja primeira temporada acabou de terminar aqui no Brasil. Ai, sou obrigado a dizer que estou louco para ver todos os outros episódios! Mas devagar se vai ao longe, como dizia minha sába avó Heloiza, que hoje padece como morta-viva, sem sonoterapia, literalmente em cima de uma cama, cada dia mais aprisionada pelo Alzheimer em um corpo que há muito se tornou uma cadeia de horrores. Isso definitivamente eu não entendo, como a muitas outras neste nosso mundo tão exótico. Mas ter desistido de entender tudo tem-me feito um bem enorme e me permite olhar o pôr do sol com mais alegria e serenidade. Acho que nestes dias preciso de muito pouco. Definitivamente, o melhor lugar do mundo é aqui e agora. Goiânia, 06.08.07, 16:45h.

Um comentário:

Sil disse...

Bem-vindo, querido. Saudades.