terça-feira, 1 de janeiro de 2008

novo ano velho


Dormi cedo na minha última noite do ano. Foi a primeira vez que fiz isso na vida e confesso que gostei muito. Para supresa e encanto, já acordei em 2008. A sensação foi banal e rara. Essa história de ano novo é realmente esquisita. Se não fosse pelas marcas exteriores, claro que não haveria nenhum sinal de que algo significativo mudara. O meu hoje nada mais é que uma continuação do ontem. Acordei, fiz coisas rotineiras e de especial continuei a ler um livro, ganhado de uma amiga queridíssima, que reúne entrevistas feitas por Clarice Lispector com escritores, artistas, cantores, esportistas e políticos. Muitíssimo interessante ler os textos das entrevistas, todas feitas com um despojamento e intimidade que desconcertam quem esperava algo mais pomposo e elaborado. Chamar os entrevistados pelo prenome dá um toque especialíssimo a cada diálogo, como ela as vezes costuma se referir às entrevistas. No embalo dessa descoberta, encontrei uma entrevista concedida por Clarice em fevereiro de 1977 e um programa em sua homenagem registrado em vídeo. Aqui reproduzo a primeira parte da entrevista. Quem tiver curiosidade e desejo, as outras quatro são facilmente encontráveis no youtube. A Clarice que aqui se mostra também assombra, a começar pelo seu raro sotaque, decorrente de uma prosaica "língua presa".

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