domingo, 8 de abril de 2007

diário de um escândalo

Hoje assisti a Diário de um escãndalo, num cinema aqui pertinho de casa, no fim do dia. Estava trabalhando pesado num texto e resolvi me dar de presente uma respiradinha no cinema. Confesso que fiquei frustrado. Mais uma vez a moral da história é: lésbica enlouquecida destrói a vida de família pacata e, pior, continuará a fazer o mesmo com outras mulheres indefesas. Claro que estou sendo simplificador e talvez injusto com a complexidade do roteiro, mas não tenho dúvidas de que fiquei com essa sensação. Bom, quem assistir depois me conta o que achou.

2 comentários:

Sil disse...

Já tinha ouvido que o filme é nessa linha, por isso não vou nem perder meu tempo assistindo. Afe, já chega dessa mesma história, não aguento mais filme héteromoralista/baixo astral.
Olha essa nota que deu no mínimo (www.nomínimo.com.br). Acho que sua próxima viagem deveria ser para a Arábia Saudita ;)
O paraíso gay

A Arábia Saudita é o paraíso gay do Oriente Médio – apesar de, talvez, ser o país onde o islamismo é mais radical. Um dos motivos é exatamente este. A lei do Estado é a sharia, a lei sagrada. A vertente predominante da religião é o wahabismo, nascida há dois séculos, uma visão fundamentalista que deu origens a coisas como Osama bin Laden e o Talibã.

E é dado que homem, sem parentesco de primeiro grau ou casamento, não pode andar acompanhado de mulher. Está no shopping com uma moça, o sujeito lá duns vinte e poucos, a Polícia de Vícios pára. Dá prisão e tudo.

Acompanhado de homem, ninguém estranha.

Existe uma extensa comunidade gay nos subterrâneos sauditas – e razoavelmente bem organizada. Existe uma certa permissividade. Homens paqueram outros abertamente – quão mais clara a pele, quão mais finos os traços, mais interessantes ficam.

Um dos motivos de o movimento gay ser razoavelmente intenso é que, como o contato com homens é facilitado e com mulheres, dificultado, homens jovens só têm acesso a sexo com outros homens.

Há também um quê de tradição. Homossexualismo não é visto, no Islã tradicional, como identidade. É um ato, no máximo uma fase, mas não algo com o qual você tenha que viver. Há poemas clássicos árabes de teólogos importantes elogiando a beleza de jovens adolescentes. Ainda hoje, na Arábia Saudita, não é raro um bando de marmanjos parar o café porque um garotão bem apanhado de buço passou. É como quando em Ipanema admiram a mocinha que ganhou suas curvas que desfila de biquíni quando vem o verão.

O Coorão não cita qualquer pena para o ato homossexual – embora o adultério seja pecado grave. Oficialmente, na Arábia Saudita equivale-se o ato homossexual a adultério, para que possa ser punido. E é punido. Às vezes.

Sil disse...

A matéria que deu origem ao comentário acima é essa aqui: http://www.theatlantic.com/doc/prem/200705/gay-saudi-arabia